Palpitações, dores no peito ou preocupações excessivas podem ser sinais de uma perturbação de ansiedade. Descubra o que é, quais os sintomas e como tratar.
Portugal é um dos países com maior prevalência de ansiedade do mundo, com quase 9 casos por cada 100 habitantes. Muitas vezes desvalorizada e estigmatizada, a ansiedade é uma condição clínica que deve ser tratada por médicos especializados. Descubra quando a ansiedade deixa de ser normal, quais os sinais a que deve estar atento e como tratar.
Ansiedade: o que é?
A ansiedade é uma resposta natural do corpo a situações de stress ou perceção de perigo. É uma emoção comum que todas as pessoas experimentam em algum momento das suas vidas. Em alguns casos é uma resposta útil, pois prepara o corpo para enfrentar uma situação desafiadora, aumentando o estado de alerta e a vigilância. No entanto, quando a ansiedade se torna excessiva, persistente e interfere nas atividades diárias, pode transformar-se numa perturbação.
Quais são as principais causas da ansiedade?
A ansiedade pode ser desencadeada por vários fatores e as causas variam de caso para caso. Nem sempre a pessoa consegue identificar o motivo que origina a ansiedade. Geralmente, há vários fatores interligados que criam um quadro clínico com reações ansiosas.
Questões biológicas, como a herança genética, alterações hormonais ou desenvolvimento de doenças, podem contribuir para o desenvolvimento ou para o agravar da ansiedade. Além disso, alterações nos níveis de neurotransmissores cerebrais, como serotonina, dopamina e noradrenalina, podem desempenhar um papel importante no desenvolvimento de perturbações de ansiedade. Também o consumo excessivo de álcool, drogas ou medicamentos pode desencadear ou agravar os sintomas.
Por outro lado, existem ainda fatores exógenos, relacionados com determinados eventos de vida, que podem ser pessoais, familiares, relacionais, profissionais ou sociais. Por exemplo, experiências traumáticas de abuso ou negligência podem aumentar o risco de desenvolver perturbações de ansiedade. A exposição prolongada ao stress, como pressão no trabalho, problemas financeiros ou preocupações constantes, podem também contribuir para um quadro ansioso.
Quais são os sintomas de ansiedade: quais os sintomas?
Os sintomas mais comuns de uma perturbação de ansiedade incluem:
- Preocupação intensa e persistente com eventos futuros, muitas vezes com a sensação de que algo de mal vai acontecer, mesmo que não exista um motivo claro para isso.
- Sensação constante de cansaço e falta de energia, muitas vezes relacionada com má qualidade do sono.
- Dificuldade em concentrar-se em tarefas, tomar decisões ou recordar informações.
- Tensão muscular, que pode levar a dores de cabeça, dores nas costas ou outros sintomas físicos relacionados com a contração.
- Sintomas psicossomáticos, como dores de cabeça, dores musculares, dor no peito e problemas gastrointestinais.
- Aumento da frequência cardíaca e palpitações.
- Transpiração excessiva, especialmente nas mãos e nas axilas.
- Tremores nas mãos ou noutras partes do corpo.
- Respiração rápida ou sensação de falta de ar.
- Dificuldade em adormecer ou despertar várias vezes durante a noite.
Como é feito o diagnóstico de perturbação de ansiedade?
O diagnóstico de perturbação de ansiedade deve ser realizado por um profissional de saúde mental, como um psiquiatra ou psicólogo. É necessário realizar uma entrevista clínica completa e detalhada para explorar os momentos em que a pessoa sente ansiedade e, assim, identificar os critérios de frequência e intensidade dos sintomas, definidos internacionalmente para o diagnóstico.
É também importante fazer o diagnóstico diferencial, para excluir doenças físicas ou mentais que possam estar na origem dos sintomas de ansiedade.
Em que consiste o tratamento da ansiedade?
É importante lembrar que a ansiedade é um fenómeno normal e universal, que faz parte da vida. Apenas quando se manifesta de forma intensa e permanente, comprometendo o funcionamento da pessoa em várias áreas da vida é que estamos perante uma perturbação de ansiedade.
Nestes casos, o tratamento passa por uma intervenção psicológica, especialmente a Terapia Cognitivo-Comportamental, para ajudar a pessoa a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento que contribuem para a ansiedade. Nos casos em que os sintomas físicos são proeminentes, pode ser necessário recorrer a medicação, particularmente ansiolíticos ou benzodiazepinas, que deverá ser sempre prescrita pelo médico. Geralmente, o tratamento é de longa duração e deve ser cuidadosamente acompanhado.
Como prevenir a ansiedade?
Existem algumas estratégias que podem ajudar a gerir melhor a ansiedade normal e a evitar o desenvolvimento de perturbações de ansiedade.
1. Mantenha um estilo de vida saudável
Faça exercício físico regular para libertar endorfinas que promovem o bem-estar. A par disso, mantenha uma alimentação equilibrada para que o corpo tenha os nutrientes necessários para um bom funcionamento físico e mental. Além disso, dê prioridade ao descanso e cumpra uma boa higiene do sono.
2. Adote práticas de gestão de stress
É importante saber gerir o tempo, para evitar situações de alta pressão, e estabelecer limites para não se sobrecarregar com tarefas excessivas. Algumas técnicas de relaxamento podem ajudar, como meditação, mindfulness, ioga ou respiração profunda.
3. Cultive relações pessoais de qualidade
Mantenha contacto regular com amigos e familiares e invista em relações de qualidade, que possam ser um lugar seguro para partilhar sentimentos e preocupações e fornecer apoio emocional.
4. Faça do autocuidado uma prioridade
Reserve algum tempo para cuidar de si mesmo. Faça atividades que goste, de preferência relaxantes. Evite a autocrítica excessiva e tenha um diálogo interno positivo e construtivo.
5. Procure ajuda profissional
Não hesite em procurar ajuda profissional. A terapia e o aconselhamento são valiosos na prevenção e no tratamento de perturbações de ansiedade.
Joaquim Chaves Saúde, ao seu lado para tratar a ansiedade
Apesar de a ansiedade ser um fenómeno natural e universal, é importante procurar ajuda profissional, mesmo quando o quadro ainda não tem severidade clínica. O acompanhamento especializado da nossa equipa é uma ajuda fundamental para lidar de forma mais adaptativa com os vários desafios da vida, para que os possa enfrentar com maior bem-estar. Dê o primeiro passo para cuidar de si e marque a sua consulta através da área pessoal do site ou da nossa App.