Colonoscopia: como é feita e quais os riscos

A colonoscopia é extremamente eficaz para fazer o rastreio do cancro colorretal. Descubra como é feita, como se preparar e quais os riscos.

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Segundo dados de 2020 da Globocan, o cancro colorretal é responsável por cerca de 6% de todas as mortes por cancro, em Portugal. Uma das principais ferramentas para mudar esta realidade é a colonoscopia, o exame mais eficaz para rastrear e prevenir este tipo de cancro. Apesar de ainda ser temido por muitos, atualmente, pode ser realizado sem dor ou incómodo. Descubra como é feita a colonoscopia, como se preparar e quais os riscos.

 

Colonoscopia: o que é?

A colonoscopia é um exame de diagnóstico, que visualiza por endoscopia e captura imagens em tempo real do intestino grosso, bem como (em casos específicos) da parte final do intestino delgado. O objetivo é analisar o interior do intestino, um dos locais mais propensos ao aparecimento de lesões de natureza maligna/oncológica.

Este procedimento fornece informações que outros exames de imagem comuns não são capazes de dar. Além disso, a Colonoscopia tem a vantagem de poder ser usada tanto para fins de diagnóstico como para tratamento de algumas doenças do colon e do reto.

 

Colonoscopia: para que serve?

A colonoscopia tem duas funções principais: diagnóstico e tratamento. O exame permite identificar lesões oncológicas no intestino ou lesões precursoras de cancro como os pólipos que ainda não são cancerígenos têm esse potencial.

Além de auxiliar no diagnóstico e rastreio, também permite remover lesões que poderiam evoluir para cancro. Para além da investigação oncológica, a colonoscopia também serve para identificar outro tipo de patologias, como a doença inflamatória intestinal idiopática (colite ulcerosa ou doença de Crohn), patologia infeciosa e outros tipos de colite. Por isso, é o exame mais importante para detetar, prevenir e tratar doenças do cólon e intestino delgado terminal. 

Quando deve fazer uma colonoscopia?

A colonoscopia pode ser recomendada em diversas situações clínicas: desde o rastreio ao tratamento dirigido.

  • 1. Colonoscopia como rastreio

  • 2. Investigação de sintomas ou outras condições

  • 3. Colonoscopia como tratamento

Que tipos de colonoscopia existem?

Existem dois tipos de colonoscopia, de acordo com o equipamento que é utilizado no exame: a colonoscopia ótica e a colonoscopia virtual.

 

Colonoscopia Ótica

A colonoscopia ótica designa o método tradicional que utiliza um equipamento chamado colonoscópio. Trata-se de um tubo fino e flexível que tem, na extremidade, uma câmara e uma fonte de luz. A câmara capta e regista imagens do interior do intestino, transmitindo-as para um monitor para serem observadas pelo médico.

Dentro deste tipo de colonoscopia, há ainda 3 subtipos, que variam de acordo com os segmentos do intestino visualizados:
Retossigmoidoscopia. É o tipo de colonoscopia ótica mais simples, que percorre sobretudo o cólon esquerdo até ao cólon descendente distal. Como o próprio nome indica, permite observar o reto e o sigmóide. 
Colonoscopia Esquerda. É um exame vocacionado para observar a metade esquerda do intestino, indo, por isso, além dos segmentos analisados no tipo anterior. Neste caso, o médico também consegue examinar o cólon descendente e a porção distal do cólon transverso.
Colonoscopia Total. Examina todo o intestino de forma completa, podendo visualizar a porção terminal do intestino delgado.

Neste procedimento, o paciente poderá optar por anestesia, de forma a tornar o procedimento menos desconfortável. Se for o caso, deverá estar acompanhado e não poderá conduzir ou trabalhar no dia do exame. O médico introduz o colonoscópio através do ânus, sendo que este aparelho também introduz ar para facilitar a visualização. O equipamento recolhe imagens do interior do intestino e transmite-as para um monitor, para serem observadas e interpretadas pelo clínico. A duração deste exame situa-se entre 15 e 45 minutos, dependendo da maior ou menor dificuldade na progressão ao longo do cólon. 

Colonoscopia Virtual

A colonoscopia virtual é um método minimamente invasivo, que representa o nível mais avançado deste exame na atualidade. É realizado através de uma Tomografia Axial Computorizada (TAC)  ao abdómen, com recurso a equipamentos e software de grande capacidade, que geram imagens a três dimensões dos cortes axiais.

Este é um processo mais simples, confortável e rápido do que a colonoscopia ótica. O paciente é colocado na mesma posição, mas apenas para introduzir uma sonda fina no reto para insuflar o cólon com ar. De seguida, a mesa desloca-se para o túnel do aparelho de tomografia computadorizada , onde os emissores de Raio X captam imagens da área em estudo. Em alguns casos, poderá ser necessário aplicar contraste, para obter uma visualização mais clara e precisa. Geralmente, a colonoscopia virtual não dura mais do que 15 minutos. Embora este tipo de colonoscopia não consiga remover pólipos ou amostras de tecido, pode ser uma alternativa útil para pacientes que não podem ou não desejam fazer a colonoscopia ótica ou que a colonoscopia ótica não tenha sido possível ou esteja contraindicada.

Não esquecer de referir que, neste caso, também é necessária a realização de preparação intestinal e que o exame não tem ainda sensibilidade validada para rastreio do cancro colorretal.

 

Quais os efeitos e riscos da colonoscopia?

A colonoscopia, seja ótica ou virtual, pode provocar uma sensação de pressão abdominal, flatulência ou cólicas abdominais, que vão diminuindo à medida que o doente consegue eliminar os gases. Fazer pequenas caminhadas pode facilitar este processo.

Os riscos associados à realização de uma colonoscopia são raros, mas existem, tal como qualquer outro exame invasivo. Uma das complicações mais temidas são as perfurações do cólon, mas, na verdade, a ocorrência está documentada em apenas 0,1% dos exames de diagnóstico (esta percentagem é maior, entre 0.04% a 2%, nos exames que incluem terapêutica, como remoção de pólipos). É também possível que ocorra hemorragia, mas com uma incidência bastante baixa; em média, 1 ocorrência em cada 100, que pode ser imediata ou surgir até 12-14 dias após o procedimento, sobretudo se existiu remoção de pólipos. Estes casos podem ser controlados com métodos endoscópicos ou, em situações mais graves, com uma intervenção cirúrgica. A hemorragia, muitas vezes, tem também resolução espontânea sem necessidade de procedimentos médicos, não sendo, ainda assim, desprezível o contacto com os profissionais de saúde quando acontece. Há ainda o risco de ocorrerem reações adversas aos medicamentos que sejam administrados para a preparação intestinal.

Por estes motivos, é fundamental que o médico esteja informado sobre alergias, outras doenças presentes ou tratamentos em curso para reduzir o risco de ocorrência de complicações. O paciente deve também seguir todas as indicações do médico, no momento da alta, especialmente no que diz respeito à alimentação e vigilância de ocorrências, como hemorragia, vómitos, febre, paragem de emissão de gases e fezes ou dor abdominal. A colonoscopia virtual apresenta níveis de risco bastante inferiores comparativamente à colonoscopia ótica, na medida em que é significativamente menos invasiva e utiliza uma baixa dose de radiação.

 

Em que situações não deve ser feita uma colonoscopia?

Existem situações em que não é recomendada a realização da colonoscopia, como é o caso de quem observe um dos seguintes critérios: 
• Perfuração intestinal;
• Suspeita de diverticulite ou perfuração do cólon;
• Ocorrência de enfarte agudo do miocárdio há menos de 6 meses;
• Patologia cardíaca descompensada (como arritmias ou insuficiência cardíaca);
• Doença cardiorrespiratória aguda;
• Embolia pulmonar;
• Gravidez (2.º e 3.º trimestres);
• Cirurgia abdominal recente;
• Alterações graves da coagulação;
• Doença mental grave não controlada.

 

Que preparação é necessária para fazer uma colonoscopia?

A colonoscopia requer algumas medidas prévias. É necessário que o intestino esteja completamente livre de detritos, pelo que o paciente deverá fazer uma preparação especial de limpeza, que permita uma completa visualização das paredes internas deste órgão.

Quando marcar o exame, ser-lhe-ão dadas instruções específicas para o seu caso, mas, em geral, pode ser indicado o seguinte: 
• Fazer uma dieta líquida nos 2 dias que antecedem o exame (água, chá, café sem leite, caldo de canja, sumos sem polpa, evitando líquidos de cor vermelha para não serem confundidos com sangue);
• Ingerir uma preparação especial na véspera do exame. Existem várias preparações disponíveis, com diferentes sabores, especialmente desenvolvidas para tornar as fezes progressivamente mais claras;
• As preparações intestinais têm várias especificidades e, dentro do possível, devem ser escolhidas e adaptadas à idade do doente, a comorbilidades, a condições como obstipação crónica, a resultados de preparações em exames anteriores – idealmente deve ser contactada a unidade e a equipa de enfermagem onde realizará o seu exame, para otimização da preparação intestinal. Uma boa preparação intestinal, para além de facilitar a visualização adequada do tubo digestivo e consequentemente a visualização de lesões, permite espaçar o intervalo entre exames de vigilância pelo que o investimento deve ser máximo.

 

Quais as limitações da Colonoscopia?

Mesmo quando corretamente efetuada, a colonoscopia apresenta algumas limitações. O grau de eficácia deste exame encontra-se bastante dependente do grau de preparação do intestino, na medida em que afeta a capacidade de detetar corpos obscurecidos por resíduos fecais.

Raramente, algumas condições do próprio doente podem dificultar a realização do exame, como por exemplo cirurgias abdominais prévias.

Além disso, a atenção do clínico é também fundamental para obter resultados de imagem precisos. Um médico experiente e atento pode até mesmo identificar pequenas lesões, que podem passar despercebidas por um médico menos experiente ou menos atento. Por isso, é importante contar com profissionais experientes e especializados para realizar o exame, como é o caso da equipa da Joaquim Chaves Saúde.

 

A colonoscopia na Joaquim Chaves Saúde

A colonoscopia não é só um exame de diagnóstico, como também um procedimento que pode ajudar a resolver, terapeuticamente, alguns problemas, como pólipos ou outras lesões. É possível ser realizada com sedação ou de forma virtual, para reduzir significativamente os anseios, medos e desconforto do paciente.  

É atualmente o exame de rastreio do cancro colorretal mais importante e, como tal, deve ser realizado universalmente a partir dos 45 anos.

Na Joaquim Chaves Saúde, dispomos dos meios mais avançados para realizar colonoscopias, tanto do tipo ótica como do virtual, recorrendo a tecnologia de última geração para obter os resultados mais rigorosos. Marque já o seu exame, no nosso site ou na app.

Equipa clínica

Temos uma equipa de médicos e profissionais de saúde, especialista em diversas áreas, disponível para lhe dar o acompanhamento de que necessita.

João M. Gloria Coimbra
Médico
João M. Gloria Coimbra
Especialidade/Serviço
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Principais áreas de diferenciação
Hepatologia, Endoscopia digestiva diagnóstica e terapêutica, nomeadamente tratamento endoscopico (CPRE) da patologia bilio-poancreatica, Ressecção de lesões pré-neoplasicas (mucosectomia, polipectomias).
Unidades de Saúde
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António Alberto Santos
Médico-coordenador
António Alberto Santos
Especialidade/Serviço
Gastrenterologia
Principais áreas de diferenciação
Endoscopia diagnóstica e terapêutica , Vias Biliares e Pâncreas, CPRE , Ecoendoscopia , Hepatologia
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Clínica de Sintra, Clínica Cirúrgica de Carcavelos, Clínica de Entrecampos, Clínica de Miraflores, Clínica de Cascais
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Médico
Leonel Ricardo
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Gastrenterologia
Principais áreas de diferenciação
Endoscopia digestiva
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Inês Marques
Médico-coordenador
Inês Marques
Especialidade/Serviço
Gastrenterologia
Principais áreas de diferenciação
Gastrenterologia Geral, Oncologia Digestiva, Hepatologia, Cuidados Intensivos em Gastrenterologia , Doenças do pâncreas e vias biliares , Endoscopia diagnóstica e terapêutica eletiva e urgente , Ecoendoscopia , Ecografia , Gastrostomia endoscópica percutânea , Nutrição entérica
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Clínica Cirúrgica de Carcavelos, Centro Médico de Moscavide

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