A escleroterapia é uma forma eficaz de tratar as varizes.
Apesar de não existirem números oficiais, estima-se que, pelo menos, dois milhões de portugueses sofram de varizes. Uma das técnicas mais utilizadas para as tratar é a escleroterapia.
O que é escleroterapia?
A escleroterapia é um procedimento efetuado pelo médico cirurgião vascular, que permite eliminar ou diminuir varizes e telangiectasias (derrames vasculares). Popularmente conhecida por secagem de varizes, este tratamento consiste na injeção de um líquido esclerosante no interior dos vasos, através de uma agulha muito fina, o que torna este procedimento praticamente indolor. A substância injetada vai provocar a oclusão das varizes, passando o sangue a circular apenas pelas veias saudáveis.
O objetivo da escleroterapia é tratar as varizes ou mesmo malformações vasculares, para aliviar os sintomas associados, como a dor, o inchaço ou o ardor, e reduzir as suas potenciais complicações, como as varicoflebites (formação de trombos nas varizes). A este efeito terapêutico associa-se uma melhoria na aparência estética. Pode, contudo, ser aplicada em doentes assintomáticos, cujo principal objetivo seja apenas uma melhoria estética.
Como é realizada a escleroterapia?
A escleroterapia é realizada após avaliação em consulta de Angiologia e Cirurgia Vascular. O cirurgião vascular faz uma primeira avaliação global do doente, podendo ser necessário recorrer a alguns exames físicos e exames complementares de diagnóstico, como a venoscopia e o exame eco doppler. A escleroterapia pode, inclusivamente, ser realizada na mesma consulta, pois, tratando-se de uma técnica quase indolor, não requer o uso de anestesia.
De acordo com a técnica utilizada e as veias tratadas, poderá ser necessário o uso de meias elásticas imediatamente após o procedimento e por um período mínimo de 48 horas.
Que tipos de escleroterapia existem?
Existem vários tipos de escleroterapia, em função do material que é usado para eliminar as varizes. O tipo de escleroterapia deve ser discutido com o médico, pois é importante avaliar a história clínica do doente, bem como todas as características da pele e da própria variz. Os principais tipos de escleroterapia são:
Escleroterapia convencional
Neste tipo de escleroterapia, são usadas agulhas extremamente finas e indolores para introduzir o líquido na veia. Esta é a técnica mais utilizada e apresenta, de forma geral, excelentes resultados.
Escleroterapia com espuma
A escleroterapia com espuma consiste na administração intravenosa de uma mistura de ar com líquido esclerosante (“espuma”). Este método é usado para tratar varizes maiores, geralmente, em situações de recidivas ou doentes que, por alguma razão, não podem ser submetidos a cirurgia.
Escleroterapia a laser
No caso da escleroterapia a laser, as veias são tratadas através da ação do calor, o que pode ser especialmente útil para quem não gosta de agulhas. Ao laser é associado um equipamento de crioterapia (que emite um jato de ar frio) para tornar o tratamento mais confortável. Trata-se de uma técnica recente e inovadora, que permite tratar derrames mais pequenos e apresenta excelentes resultados estéticos.
Escleroterapia mista
A escleroterapia mista, também conhecida como CLaCS (crio-laser-crio-escleroterapia), não é mais do que a associação da laserterapia à escleroterapia, no mesmo tempo terapêutico. Quando indicada, tem elevada eficácia e permite, sobretudo, obter resultados mais rápidos.
Quais as limitações da escleroterapia?
A escleroterapia é um tratamento simples e muito seguro, que proporciona bons resultados. Contudo, não é indicada para pessoas com alergia às substâncias injetadas, nem deve ser realizada durante a gravidez. Na consulta com o médico especialista, serão abordadas estas questões para garantir que o procedimento é adequado e eficaz.
Apesar de segura, a escleroterapia, como qualquer outro tratamento, pode apresentar alguns efeitos secundários que, em regra, passam em apenas alguns dias ou semanas. Podem surgir algumas zonas vermelhas na pele ou mais raramente pequenas feridas ou inchaço. Contudo, estas reações são de fácil resolução.
Em alguns casos raros, podem formar-se pequenos trombos com inflação das veias tratadas, principalmente quando as varizes são grandes e é utilizada a espuma, sendo necessário recorrer aos anti-inflamatórios e, por vezes, proceder à drenagem do trombo. Estas inflamações podem deixar pigmentação temporária na pele. No caso da escleroterapia a laser, estes efeitos adversos são muito raros.
Como se preparar para fazer escleroterapia?
A escleroterapia não requer preparativos especiais. Recomenda-se apenas que seja evitada depilação ou aplicação de cremes no dia anterior ao procedimento. O paciente deverá vestir roupas leves e confortáveis. Se o procedimento escolhido for por laser, deve-se evitar a exposição solar nas quatro semanas precedentes e posteriores ao procedimento.
O que esperar depois de fazer escleroterapia?
Na maioria dos casos, o paciente pode retomar as suas atividades normais no próprio dia da intervenção. De um modo geral, o médico poderá recomendar caminhar e mover as pernas, contudo, o exercício físico intensivo deve ser evitado durante pelo menos 48 horas.
É possível que seja necessário utilizar meias elásticas para manter a compressão sobre as veias tratadas. A exposição solar direta não é recomendada.
Por fim, serão programadas consultas de acompanhamento para avaliar o sucesso da escleroterapia e decidir se serão necessárias mais sessões. Os resultados podem ser visíveis entre 3 e 6 semanas, e não deve ser efetuada nova sessão antes de terem decorrido entre 4 e 6 semanas desde a intervenção anterior.
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