Quais são as principais causas de estrabismo?
O estrabismo pode ter diversas causas relacionadas com os músculos oculares, a visão ou fatores neurológicos.
Problemas musculares
O estrabismo pode ocorrer quando os músculos que controlam o movimento dos olhos não estão coordenados ou não funcionam adequadamente. Esta falta de coordenação pode dever-se a desequilíbrios musculares, paralisia de um dos músculos oculares ou fraqueza muscular.
Problemas de visão
Diferenças significativas na acuidade visual entre os olhos, como no caso da miopia ou hipermetropia, podem causar estrabismo. O olho com visão inferior pode desviar-se para compensar o esforço visual.
Fatores genéticos
Quando um dos pais sofre de estrabismo, há maior probabilidade de os filhos também desenvolverem este distúrbio.
Problemas neurológicos
Algumas doenças neurológicas que comprometem o controlo muscular também podem provocar estrabismo. É o caso de lesões cerebrais, paralisia cerebral ou outras doenças neuromusculares.
Ambliopia
A ambliopia, vulgarmente conhecida como olho preguiçoso, ocorre quando um olho não vê tão bem como o outro. Em consequência, o cérebro suprime a imagem do olho menos competente, levando ao desalinhamento dos olhos.
Doenças oculares
Algumas doenças oculares, como cataratas ou glaucoma, podem aumentar a probabilidade de desenvolver estrabismo, especialmente se não forem tratadas adequadamente.
Quais são os sintomas de estrabismo?
Além do óbvio desvio ocular, existem outros sintomas associados ao estrabismo, que podem variar de acordo com a causa subjacente e a gravidade do desvio.
• Visão dupla, pelo facto de cada olho enviar ao cérebro um sinal visual diferente;
• Inclinação da cabeça, para posicionar os olhos de forma a minimizar a visão dupla;
• Fadiga ocular e dores de cabeça, devido ao esforço constante para alinhar os olhos;
• Dificuldades na perceção visual tridimensional.
Como é feito o diagnóstico de estrabismo?
O diagnóstico de estrabismo é feito numa consulta de oftalmologia, com estudo motor e sensorial. O médico avalia o historial médico e familiar do paciente, bem como os medicamentos em uso. Poderá, também, fazer vários testes:
• Testes de acuidade visual, para avaliar a visão de cada olho individualmente e em conjunto e, assim, determinar se existe uma diferença significativa entre ambos;
• Testes de refração, para confirmar a presença de miopia, hipermetropia ou astigmatismo, que podem estar na origem do estrabismo;
• Testes de visão tridimensional e de profundidade, para avaliar a capacidade do paciente de ver em três dimensões e percecionar profundidade.
Com base nos resultados, o oftalmologista será capaz de fazer um diagnóstico preciso e desenvolver um plano de tratamento adequado para o paciente.
Em que consiste o tratamento de estrabismo?
O tratamento do estrabismo depende da causa subjacente, da gravidade do desalinhamento ocular, da idade do paciente e de outros fatores. O objetivo do tratamento é alinhar os olhos, melhorar a visão e prevenir ou tratar complicações visuais. As duas abordagens mais comuns incluem:
Oclusão do olho
Esta abordagem só é possível para tratar o estrabismo infantil - nos adolescentes e adultos já não é eficaz. A oclusão do olho consiste em tapar o olho fixador com pensos próprios para o estrabismo, hipoalergénicos e coloridos para que as crianças mais facilmente adiram ao tratamento. Com este método, o olho desalinhado é forçado a desviar-se corretamente para focar os objetos.
Cirurgia
A cirurgia é o tratamento mais comum e frequente do estrabismo. É realizada com anestesia geral e pode implicar internamento. A intervenção passa por mudar a posição dos músculos oculares ou encurtá-los, de acordo com o tipo de estrabismo. A cirurgia é essencial não só para corrigir o estrabismo como também para devolver a autoestima ao paciente.