Uma protuberância na zona das virilhas e dor, que atinge sobretudo os homens – assim se manifesta a hérnia inguinal. Descubra os principais sinais e como tratar.
Em Portugal, estima-se que a prevalência da hérnia inguinal possa atingir 8% da população. Afeta, sobretudo, homens, causa muito desconforto e dor e, se for não tratada atempadamente, pode provocar consequências clínicas graves. Saiba a que sinais deve estar atento e como pode tratar.
Hérnia inguinal: o que é?
A hérnia inguinal é uma protuberância que surge na região da virilha, quando uma parte do intestino sai através de uma fragilidade muscular abdominal. Ao contrário do que acontece com os ossos e a cartilagem, os músculos abdominais são muito flexíveis, devido à elastina e colagénio presentes na sua constituição. Esta flexibilidade permite a passagem de tecidos moles, como é o caso de parte do intestino, ocasionado, assim, a hérnia inguinal.
É formada uma bolsa saliente no baixo-ventre, decorrente da pressão do intestino contra a parede abdominal, visível a olho nu, provocando elevados níveis de desconforto e dor. A bolsa tende a crescer gradualmente, embora com uma evolução muito diferente de doente para doente. Em alguns casos, podem ocorrer, em simultâneo, hérnias inguinais em ambas as virilhas, passando a designar-se hérnia inguinal bilateral. Quando a hérnia, pela sua dimensão, atinge o escroto, denomina-se hérnia inguino escrotal.
A predominância deste problema no sexo masculino deve-se sobretudo, à configuração anatómica da bacia do homem. O canal inguinal é mais volumoso que o da mulher onde é quase vestigial, o que constitui um fator protetor para a ocorrência destas hérnias no género feminino.
Quais são os sintomas da hérnia inguinal?
A hérnia inguinal pode não apresentar sintomas, e ser detetada apenas em consultas ou exames de rotina. Contudo, na maior parte dos casos, os sintomas são evidentes e dolorosos. Passamos a enumerar os principais:
- Protuberância ou inchaço na região da virilha, que se torna mais visível quando a pessoa faz esforços.
- Sensação de dor ou queimadura na parede abdominal.
- Ruídos de gorgolejo.
- Sensação de peso na virilha.
- Sensação de fraqueza.
- Desconforto e dor, sobretudo quando realiza movimentos como levantar-se, curvar-se ou levantar peso.
- Dor e aumento de volume na região do testículo, no caso dos homens – sinal indicador da descida do intestino ao escroto.
O diagnóstico é efetuado pelo médico através da observação e palpação da virilha e da parede abdominal. Habitualmente, o médico solicita ao paciente que tussa ou faça força com a barriga, para verificar se a hérnia fica mais protuberante, ajudando assim a confirmar o diagnóstico. Em alguns casos, poderá ser necessário recorrer a uma ecografia ou a outros exames complementares.
Quais são as causas da hérnia inguinal?
Nem sempre é possível determinar a causa aparente para uma hérnia inguinal. Em alguns casos, a fragilidade da parede abdominal está presente desde o nascimento, o que explica que esta ocorrência seja comum em crianças, sobretudo quando apresentam historial familiar de fibrose quística, displasia da anca e anomalias da uretra.
Outros casos ocorrem por aumento excessivo e recorrente da pressão intra-abdominal (ou quando existe um enfraquecimento dos músculos do abdómen), geralmente consequência dos seguintes fatores de risco:
- Género masculino.
- Prematuridade.
- Idade superior a 50 anos.
- Tosse crónica.
- Obstipação crónica.
- Obesidade.
- Desnutrição.
- Gravidez.
- Tabagismo.
- Traumatismo abdominal.
Conhecendo as situações que podem favorecer o desenvolvimento de uma hérnia inguinal, é possível adotar alguns cuidados para a sua prevenção. Assim, as recomendações médicas são:
- Controle o seu peso.
- Inclua fibras na sua alimentação, para evitar a obstipação.
- Não carregue peso em excesso ou, quando tiver de o fazer, adote uma postura corporal adequada.
- Faça exercício físico, para fortalecer o músculo abdominal e diminuir a gordura aí localizada.
- Evite o tabaco; o tabagismo provoca tosse crónica, um dos fatores de risco para o aparecimento de uma hérnia inguinal.
Como tratar a hérnia inguinal?
O tratamento é imprescindível para corrigir definitivamente o problema, mesmo no caso de hérnias pequenas e sem sintomas. A hérnia inguinal não melhora nem desaparece espontaneamente; pelo contrário, apresenta sempre uma tendência de crescimento.
Se não for tratada, é estrangulada, o intestino fica preso e entra em fase de necrose. Os sinais de estrangulamento incluem náuseas e/ou vómitos, febre, aumento da frequência cardíaca, dor súbita e crescente, e alteração da cor da saliência da hérnia (normalmente mais vermelha ou escura). Uma hérnia inguinal estrangulada pode conduzir à morte, se não for tratada por emergência cirúrgica.
Independentemente da gravidade do quadro, é efetuada uma intervenção cirúrgica, mesmo quando as hérnias inguinais são pequenas e indolores, para evitar o seu crescimento e o risco de estrangulamento do intestino. A cirurgia pode ser realizada pela via clássica ou por laparoscopia: em ambos os casos, a hérnia é recolocada na cavidade abdominal e a parede muscular é encerrada.
Pode ser necessário introduzir uma rede sintética para reforçar musculatura e evitar a formação de uma nova hérnia. Estas variantes cirúrgicas dependem do tipo de hérnia inguinal presente e do estado de saúde do paciente, cabendo ao Médico Especialista a determinação do melhor curso de tratamento a seguir.
Após a cirurgia, as atividades normais do dia a dia são progressivamente retomadas, e a recuperação é, em regra, relativamente rápida e confortável, quando tomados todos os cuidados pós-operatórios.
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