A incontinência urinária é muitas vezes, mantida em silêncio pelo estigma social que comporta. Contudo, é uma condição muito comum e há tratamento.
Cerca de 600 mil portugueses sofrem de incontinência urinária, e estima-se que cerca 200 milhões de pessoas, em todo o mundo, padecem deste problema. As mulheres são mais afetadas, mas a incontinência urinária também atinge os homens. Apesar do estigma social associado, procurar ajuda é essencial para receber o tratamento adequado – e até curar totalmente a incontinência urinária. Saiba o que é esta doença, quais os sinais a que deve estar atento e quais as terapêuticas mais comuns.
O que é incontinência urinária?
A incontinência urinária define-se como a perda involuntária de urina. A eliminação da urina envolve a ação da bexiga (que armazena a urina), uretra (que conduz a urina para o exterior) e esfíncter muscular (que controla a eliminação da urina). À medida que a urina é produzida, a bexiga distende-se para a armazenar. Quando atinge um determinado limite, e no momento apropriado para a micção, o cérebro comunica com o esfíncter para que possa relaxar e permitir a eliminação da urina.
Assim, qualquer compromisso nos órgãos envolvidos (ou nas respetivas funções e mecanismos) pode originar incontinência urinária. Esta patologia pode assumir diferentes tipos, de acordo com a sua frequência, gravidade e causas. Apesar de não representar uma ameaça de vida, provoca constrangimentos sociais significativos, sendo que muitas pessoas podem, inclusivamente, restringir as suas atividades sociais e, consequentemente, perder qualidade de vida.
Que tipos de incontinência urinária existem?
Existem vários tipos de incontinência urinária, que é importante conhecer. Passamos a descrever os principais.
Incontinência urinária de esforço
Como o próprio nome indica, a pessoa com incontinência urinária de esforço perde urina involuntariamente, na sequência de um esforço muscular, como tossir, espirrar, rir ou até mesmo mudar de posição. Assim, este tipo de incontinência urinária resulta da pressão sobre a zona abdominal e, por consequência, sobre a bexiga.
Incontinência urinária de urgência
A incontinência urinária de urgência surge como uma vontade súbita de urinar. É causada por contrações fortes, anómalas e involuntárias da bexiga, sem aviso prévio, o que origina perdas de urina. Este tipo de incontinência urinária está frequentemente associado a infeções urinárias, sobretudo as de repetição, e também a litíase renal, vulgarmente conhecida como “pedras” nos rins.
Incontinência urinária de refluxo
A incontinência urinária de refluxo ocorre quando há obstrução do fluxo urinário, principalmente devido à distensão progressiva da bexiga e perda da capacidade de contração. Assim, este órgão torna-se incapaz de realizar a sua função de eliminação, e a urina acumula-se no seu interior, não sendo expelida adequadamente.
Incontinência urinária funcional
Na incontinência urinária funcional, o paciente não consegue reconhecer a necessidade de urinar. É frequente em pessoas com demência, como no caso de Alzheimer, ou com imobilidade decorrente de doenças neurológicas, articulares ou osteo-musculares.
Incontinência urinária: sintomas
O sintoma principal da incontinência urinária é a perda involuntária de urina, mas podem existir outros sinais:
- Aumento anómalo da frequência das micções;
- Sensação de bexiga cheia, mesmo depois de urinar;
- Enfraquecimento progressivo do jato urinário;
- Gotejamento contínuo;
- Dor na bexiga sem que exista infeção.
Assim, se detetar alguns destes sinais, deve procurar ajuda médica o mais rapidamente possível. A especialidade a que deve recorrer é Urologia.
Quais as causas da incontinência urinária?
Existem diversos mecanismos fisiológicos que podem estar na origem da incontinência urinária. Na maioria dos casos, pode ocorrer uma conjugação de várias causas em simultâneo, tais como:
- Fraqueza da musculatura pélvica (frequente em mulheres como resultado do parto);
- Fraqueza do esfíncter urinário;
- Coordenação disfuncional entre a bexiga e o esfíncter urinário;
- Bexiga hiperativa (frequente nos homens, após cirurgia à próstata);
- Distúrbios funcionais, como AVC ou demência em idosos;
- Prolapsos genitais.
Como é feito o diagnóstico da incontinência urinária?
O diagnóstico deve ser feito pelo urologista que, normalmente, começa por solicitar ao paciente o registo dos seus hábitos urinários, usando um Diário de Micção. Desta forma, o especialista poderá saber quanto bebe, quando ocorre a micção, a quantidade de urina produzida e o número de episódios de incontinência urinária.
O diagnóstico envolve também exames físicos, laboratoriais e de imagem. Na incontinência urinária feminina, poderá ser necessário efetuar um exame ginecológico, para avaliar a tonicidade muscular do pavimento pélvico. Em casos de incontinência urinária masculina, o médico especialista poderá fazer o exame retal, para verificar se há aumento do volume da próstata e, assim, detetar anormalidades que podem estar na origem da incontinência urinária.
Além disso, os exames de sangue e de urina podem ajudar a avaliar a função renal e fazer o despiste de infeção urinária. É também possível avaliar a quantidade de urina que permanece na bexiga após a micção através da urofluxometria, e o cistograma consegue oferecer uma imagem clara e nítida da bexiga. Por fim, a ecografia pélvica também pode ajudar a estabelecer o diagnóstico de incontinência urinária.
Incontinência urinária: tratamento?
Existem várias formas de tratamento da incontinência urinária, sendo que o mais indicado depende do tipo de incontinência. O tratamento deve ser sempre prescrito pelo urologista, que avaliará a combinação terapêutica para obter os melhores resultados.
Quando os sintomas da incontinência urinária são ainda ligeiros, pode ser sugerido um tratamento não invasivo. O primeiro passo será fazer mudanças de hábitos e estilos de vida, que poderão passar por controlar a ingestão de líquidos, excluir alimentos excitantes para a bexiga, ou ainda micção temporizada ou diferida. Além disso, podem ser recomendadas técnicas de reabilitação pélvica, para promover o fortalecimento muscular
Quando a incontinência urinária se apresenta em formas mais severas, ou quando as medidas não invasivas não são eficazes, o médico especialista poderá sugerir um tratamento minimamente invasivo. Por exemplo, os procedimentos cirúrgicos podem passar pela injeção de "bulking 4gentes" para ajustar a uretra, ou pela colocação de dispositivos que compensam a função do esfíncter urinário. Estas cirurgias são rápidas e seguras, sendo que os resultados são, geralmente, imediatos e satisfatórios.
A medicação poderá ser também uma opção terapêutica a considerar, especialmente para tratar incontinência urinaria de urgência. Nestes casos, podem ser utilizados fármacos (de toma oral ou de aplicação intravesical), que controlam a hiperatividade do músculo da parede da bexiga.
Joaquim Chaves Saúde, ao seu lado para tratar a incontinência urinária
A incontinência urinária é, na grande maior parte dos casos, curável e de fácil tratamento, especialmente se for detetada precocemente. Assim, se suspeita que poderá ter esta condição, procure ajuda. A Joaquim Chaves Saúde está ao seu lado para diagnosticar e tratar a incontinência urinária. Não adie mais, marque a sua consulta e recupere o seu bem-estar o mais rapidamente possível.