Melanoma: o que é, causas, sintomas e como tratar

O Melanoma é um dos tipos de cancro de pele mais grave. Descubra a que se deve, como estar atento e a tratar.

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O melanoma é o tipo de cancro da pele mais grave e, em Portugal, surgem cerca de setecentos novos casos todos os anos. Descubra a que deve estar atento e como tratar.

O melanoma é um cancro cutâneo que surge através de mutações acumuladas nos melanócitos (células responsáveis pela pigmentação) da pele ou das mucosas. A sua incidência tem vindo a aumentar, tanto nos Estados Unidos como na Europa, incluindo em Portugal. Apesar da gravidade, existem, atualmente, vários tratamentos inovadores para o melanoma, permitindo resultados cada vez melhores na sua abordagem terapêutica.


O que é o melanoma?

O melanoma é um cancro que surge nos melanócitos, as células que produzem o pigmento na pele. Estas células sofrem uma mutação e multiplicam-se, a um ritmo mais rápido do que a normal renovação celular, acumulando e formando o melanoma.

A maior parte destas células estão localizadas na camada mais superficial da pele, a epiderme, mas existem, também, melanócitos em outras partes do corpo, como a retina dos olhos ou nas mucosas. Contudo, a maioria dos melanomas são cutâneos, podendo aparecer em qualquer superfície da pele, sobretudo nas zonas mais expostas ao sol. Nos homens, o melanoma é mais frequente no tronco, cabeça ou pescoço e, nas mulheres, na zona inferior das pernas.

O melanoma apresenta-se em forma de “sinal” na pele, e é considerado um dos tipos de cancro mais perigosos, devido à sua capacidade de se metastizar rapidamente para outros órgãos. Por outro lado, é um cancro curável. Por isso, é fundamental estar atento aos principais sinais de alarme, para iniciar o tratamento numa fase mais precoce e, assim, melhorar o prognóstico.


Quais são os sintomas de melanoma?

Os sintomas de melanoma podem ser observados pelo próprio paciente, em casa, através de um autoexame da pele, que deve ser feito com uma periodicidade mensal. A melhor altura para o fazer é depois do banho ou duche, observando a pele com atenção, numa zona bem iluminada, usando um espelho de corpo inteiro e outro de mão. Devem ser verificadas todas as zonas da pele, incluindo as costas, couro cabeludo, entre as nádegas e a zona genital.

Na observação, deve estar atento a alterações na pele, especialmente em sinais. É, por isso, importante que conheça os sinais ou manchas de nascença que possa ter, de forma a poder acompanhá-los e conseguir identificar alterações.

Assim, verifique se existem sinais novos, com aparência suspeita, ou alteração de tamanho, forma, cor ou textura de um sinal já existente. É, também, importante ter em atenção feridas que demoram a cicatrizar.

A maior parte dos melanomas apresentam-se na forma de um sinal alterado ou de um novo sinal. Geralmente, têm cor preta ou preta-azulada, com aspeto anómalo, que pode variar bastante. A regra ABCDE é uma boa forma de distinguir um sinal saudável de um melanoma:

A. Assimetria. A forma de uma metade não coincide com a outra.

B. Bordo irregular. As margens do sinal são irregulares, sem padrão, e o pigmento pode espalhar-se para a pele circundante.

C. Cor. A cor do sinal não é uniforme, podendo apresentar diferentes tons ou sombras.

D. Diâmetro. O sinal é maior do que 5 milímetros.

E. Evolução. O sinal aumenta de tamanho com o passar do tempo.

Regra geral, o melanoma não provoca dor, mas pode causar prurido (comichão), exsudar (libertar líquido) ou sangrar, sobretudo nos tumores mais avançados.

Se, ao observar a sua pele, ficou com alguma dúvida, não hesite e consulte o seu médico dermatologista. No entanto, as indicações para o autoexame não servem para fazer um diagnóstico e nunca podem substituir o exame médico. Assim, apenas o médico dermatologista deverá decidir se um sinal anómalo deve ser apenas vigiado ou se deve ser removido e analisado.


O que causa o melanoma de pele?

Não são conhecidas as causas exatas de melanoma. Contudo, encontram-se identificados alguns fatores de risco, que podem aumentar a probabilidade de vir a desenvolver a doença. Passamos a descrever os principais:

  • Hereditariedade: Há maior risco de desenvolver melanoma, quando há antecedentes familiares deste tumor.

  • Exposição a raios ultravioletas (sol ou solário): Queimaduras solares com bolhas, especialmente durante a infância, aumentam o risco de melanoma.

  • Pele com muitos sinais: Quando a pele apresenta um elevado número de sinais atípicos ou marcas de nascença, há maior probabilidade de surgir um melanoma.

  • Pele clara: As pessoas com um tom de pele mais claro têm um maior risco de desenvolver queimaduras solares e, por consequência, o melanoma.

  • Idade: Os melanomas surgem mais frequentemente em pessoas idosas.


Como é feito o diagnóstico de melanoma?

O diagnóstico do melanoma é feito pelo médico dermatologista que, em primeiro lugar, recorrerá à observação da pele. O médico também irá questionar sobre os hábitos de exposição ao sol, história anterior de sinais e tumores de pele e antecedentes familiares desta doença.

Perante um sinal suspeito, o dermatologista poderá recorrer a um exame designado por dermatoscopia, que consiste na incidência de uma luz especial sobre a pele, para detetar alterações ligeiras nos sinais e identificar novos sinais de risco.

Poderá vir a ser necessário fazer uma biópsia, para chegar a um diagnóstico definitivo. Geralmente, a biopsia pode ser realizada no consultório médico, com anestesia local. O tecido é removido, para ser avaliado em Anatomia Patológica, e confirmar a existência de células cancerígenasde melanoma.

Se a biopsia revelar a presença de melanoma, o médico dermatologista deverá, de seguida, avaliar o estadio da doença, para poder determinar o tratamento mais adequado.


Como é determinado o estádio do melanoma?

O estadiamento da doença pode ser determinado com recurso a vários exames adicionais, que passamos a descrever:

Pesquisa do gânglio sentinela

A pesquisa do gânglio sentinela é um procedimento de diagnóstico, em que se identifica o primeiro gânglio linfático a receber a drenagem linfática do tumor. Para tal, é, habitualmente, utilizada uma técnica tripla. Antes da cirurgia, é realizado, pela Medicina Nuclear, uma linfocintigrafia (exame para identificar as vias linfáticas de drenagem). Na cirurgia, faz-se a injeção de um corante no local da lesão, que vai fazer o percurso linfático até encontrar o gânglio sentinela. Ainda durante o procedimento cirúrgico, o médico utiliza uma gamasonda para identificar o gânglio, previamente referenciado na linfocitigrafia, pelo que o corante ajuda na sua visualização. Se forem encontradas células de melanoma neste gânglio, significa que o melanoma já se propagou para o sistema linfático. Desta forma, é possível ter uma noção mais rigorosa do prognóstico clínico do paciente e decidir se é necessário tratamento adjuvante.

Exames de imagem

Os exames de imagem, como a Tomografia Axial Computadorizada (TAC), a Ressonância Magnética ou a Positron Emission Tomography (PET), permitem obter imagens de estruturas dentro do corpo, como tecidos moles e órgãos internos. O objetivo é confirmar se há um aumento dos gânglios linfáticos ou lesões em outros órgãos, que possam estar relacionados com a proliferação do melanoma.

Através destes exames, o médico dermatologista, o cirurgião e o oncologista conseguirão avaliar a espessura do tumor, a sua extensão e a invasão a outras partes do corpo. Com base nesta avaliação, o estadiamento do melanoma pode ser classificado de acordo com o TMN (referência e imagem TMN).

Melanoma: tratamento

O tratamento do melanoma depende do seu estadio, pelo que é da responsabilidade do grupo multidisciplinar (onde se incluiu o dermatologista, cirurgião e oncologista, que seguem o paciente) desenhar o plano terapêutico mais adequado para cada caso. Contudo, estes são os tratamentos mais comuns:

Cirurgia

A cirurgia é o tratamento mais comum e eficaz para o melanoma. Esta, é tanto mais eficaz quanto menor for a espessura do melanoma primário, quando ainda não atingiu os gânglios linfáticos. O tumor e o tecido adjacente (o que chamamos de ‘margem’) são removidos, com o objetivo de diminuir, significativamente, a probabilidade de recidiva. Nos melanomas finos (<0,8mm, sem ulceração), o alargamento de margem é o único procedimento indicado e, por vezes, pode ser realizado com anestesia local. Nos estadios superiores, é necessário realizar a excisão ou o alargamento de margem, assim como a biópsia de gânglio sentinela. Quando há envolvimento extenso dos gânglios linfáticos, pode ser necessário fazer cirurgia complementar (remover todos os gânglios desse território - linfadenectomia). 

Tratamentos Sistémicos

Os tratamentos sistémicos consistem na utilização de fármacos para destruir as células cancerígenas do melanoma. Podem ser administrados sob a forma de comprimidos ou por via intravenosa, circulando por todo o organismo. Existem vários tratamentos sistémicos, eficazes no tratamento do melanoma, entre os quais se destaca a imunoterapia e as terapêuticas alvo, que podem ser usadas tanto em casos de doença avançada, como complementares à cirurgia (tratamento adjuvante). 

Imunoterapia

A imunoterapia é um tratamento anti-neoplásico intravenoso, capaz de estimular o sistema imunitário, reforçando, assim, a capacidade natural do nosso organismo para combater o cancro. Pode ser implementada após a cirurgia, para minimizar o risco de recidiva do melanoma.

Terapêuticas alvo

No caso de as células do melanoma apresentarem mutações específicas nos seus genes - como a mutação no gene BRAF, que ocorre em cerca de 50% dos casos de melanoma, podem ser utilizados medicamentos, em forma de comprimidos, dirigidos a bloquear essa via de crescimento celular alterada. A associação de fármacos inibidores BRAF e inibidores MEK, podem ser usados nos doentes com melanomas operados de alto risco ou metastáticos, que apresentem mutação do gene BRAF.

Radioterapia

A radioterapia utiliza radiação externa para destruir as células cancerígenas. Pode ser usada para controlar a progressão do melanoma, que já se metastizou, para reduzir o tamanho do tumor ou para aliviar os sintomas. Este tratamento é efetuado em ambulatório, geralmente, durante várias semanas.


Joaquim Chaves Saúde, pelo bem da sua pele, e no tratamento do melanoma

É muito importante que o melanoma seja identificado precocemente. A espessura do melanoma e o envolvimento ganglionar são fatores determinantes do prognóstico. Se detetar algum sintoma ou sinal com as características mencionadas, marque uma consulta com o seu dermatologista. Não adie a procura de ajuda e cuide já da sua pele.

No Centro Oncológico da Pele, da Joaquim Chaves Saúde encontrará uma equipa multidisciplinar, dedicada ao tratamento do melanoma e de outros tumores cutâneos, e com acesso aos métodos de diagnóstico mais precisos e avançados, para lhe proporcionar o acompanhamento médico mais adequado ao seu caso.

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