Estima-se que cerca de 13% da população mundial sofra de obesidade, doença em que o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir níveis que comprometem a saúde, aumentando o risco cardiovascular e de morte prematura. A boa notícia é que existem tratamentos seguros e eficazes. Descubra as novas abordagens terapêuticas à obesidade.
1. Tratamento clínico da obesidade
O tratamento clínico da obesidade é o mais comum e o primeiro a ser implementado. Deve ser conduzido por um endocrinologista, com acompanhamento de um nutricionista e psicólogo. Esta abordagem envolve mudanças alimentares, prática de exercício e, se necessário, medicamentos.
Mudanças alimentares
As mudanças alimentares têm como objetivo manter um défice energético. Desta forma, o corpo mobiliza as reservas calóricas armazenadas para obter energia, resultando na perda de peso ao longo do tempo. A fórmula é simples: para emagrecer, a energia gasta deve exceder a energia consumida.
Atualmente, os planos alimentares para perda de peso já evoluíram para se afastar da abordagem restritiva e adotar uma abordagem mais adaptada às preferências e necessidades individuais. O objetivo é incluir alimentos de que a pessoa gosta, com foco na qualidade nutricional, para tornar o plano mais sustentável a longo prazo. Além disso, o nutricionista tem um papel importante na reeducação do paciente, de forma a tornar cada pessoa mais capaz de fazer escolhas informadas de forma autónoma, ao longo da vida.
Prática de exercício físico
A prática regular de exercício físico desempenha um papel crucial na perda de peso e na manutenção de um estilo de vida saudável. A base deste processo reside na combinação de atividades físicas que promovam o gasto energético, estimulem a construção de massa muscular e que vão de encontro às preferências de cada um. Por isso, mesmo quem não gosta de praticar exercício pode obter recomendações mais personalizadas para que a atividade seja prazerosa.
Para o efeito, é importante contar com o apoio de um personal trainer, que terá em conta os seus gostos, nível de aptidão física e objetivos individuais, para prescrever treinos de resistência, cardiovasculares e de construção de massa muscular. Também podem ser incluídas aulas de grupo em ginásio, para aumentar o envolvimento e a motivação. Em resultado, o paciente perde peso, promove a saúde global e cria hábitos de atividade física que se mantêm ao longo da vida.
Medicamentos
Em algumas situações, e com um papel complementar às medidas acima referidas, o médico pode considerar necessário prescrever medicamentos no tratamento da obesidade. Os fármacos para o tratamento da obesidade são seguros, uma vez que passam por uma série de estudos de segurança e eficácia antes de entrarem no mercado.
Cabe ao médico decidir qual o tipo de medicamento mais indicado para cada caso. Existem várias alternativas com mecanismos de ação distintos, como inibidores de apetite ou da absorção de gordura. É fundamental que sejam prescritos pelo médico: não só podem ter interações com outros medicamentos, como a sua segurança e a eficácia diferem de pessoa para pessoa. Contudo, o recurso isolado à medicação não é, por si só, uma opção terapêutica adequada para perder peso. Deve ser sempre complementado com outras medidas de tratamento, de acordo com a orientação médica.
2. Tratamento Cirúrgico da Obesidade
A Cirurgia da Obesidade é considerada quando outras formas de tratamento não foram eficazes e a obesidade está ou pode vir a provocar doenças graves. Esta cirurgia consiste na redução do tamanho do estômago, limitando assim a quantidade de alimentos que o paciente pode ingerir. Este procedimento ajuda a criar uma sensação de saciedade mais rapidamente e, assim, a reduzir a ingestão calórica.
A intervenção é feita por via laparoscópica, ou seja, o médico introduz os instrumentos necessários através de pequenas incisões no abdómen, incluindo uma microcâmara que permite visualizar e orientar a cirurgia. Devido à natureza menos invasiva do procedimento, o tempo de recuperação é geralmente mais curto, variando de 2 a 7 dias. O paciente pode continuar a alimentar-se normalmente, para permitir a recuperação do sistema digestivo. Na Joaquim Chaves Saúde, vai encontrar todos os meios tecnológicos e humanos para este tratamento.
Existem alguns critérios de elegibilidade para a cirurgia de obesidade, definidos pela Direção-Geral da Saúde, que devem ser entendidos como uma referência base e não como marcos rígidos. Cabe à equipa multidisciplinar avaliar com precisão cada caso. Os critérios propostos são os seguintes:
• Índice de Massa Corporal igual ou superior a 40 kg/m²;
• Índice de Massa Corporal igual ou superior a 35 kg/m² com outras doenças associadas (diabetes mellitus, dislipidemia, apneia do sono, hipertensão arterial, patologia degenerativa osteoarticular, entre outras);
• Idade entre os 18 e os 65 anos;
• Insucesso das medidas não-cirúrgicas na redução de peso, durante, pelo menos, um ano;
• Obesidade que não decorra de doença endócrina;
• Capacidade de compreender o procedimento cirúrgico e de aderir ao acompanhamento a longo prazo;
• Ausência de perturbações psiquiátricos e/ou dependência de álcool ou substâncias;
• Risco operatório aceitável.
Atualmente, está em estudo a possibilidade de atualizar o valor do Índice de Massa Corporal para 35 kg/m², independentemente de existirem comorbilidades associadas. O objetivo é alargar o acesso ao tratamento de doentes que, de outra forma, não atingiriam resultados eficazes.
3. Tratamento endoscópico da obesidade (Método Apollo)
Este procedimento consiste numa costura da parede do estômago para reduzir o seu tamanho, permitindo que o paciente se sinta saciado com menores ingestões alimentares. É realizado sob anestesia e tem uma duração aproximada de 60 minutos. Por ser um dos procedimentos endoscópicos mais seguros e eficazes, o paciente pode receber alta hospitalar no dia seguinte. Esta técnica minimamente invasiva tem apresentado excelentes resultados a curto-médio prazo.
A técnica utilizada é segura e minimamente invasiva, com baixos índices de dor e de infeção e sem cicatrizes externas.
Joaquim Chaves Saúde, tratamento avançado da obesidade
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