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Pé boto: causas, sintomas e tratamento

O pé boto é facilmente tratável, mas, se não receber a atenção necessária, pode afetar o desenvolvimento motor do seu bebé. Descubra como identificar e tratar.

Por Joaquim Chaves Saúde

2025-01-17

5 min leitura

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Pode parecer uma anomalia rara, mas o pé boto é bastante comum. Afeta cerca de 1 a 3 em cada 1000 bebés. Além disso, os rapazes têm uma probabilidade maior de ser afetados por esta anomalia.

O pé boto nem sempre recebe a atenção que precisa, o que faz com que muitos recém-nascidos venham a ter dificuldades motoras e de mobilidade a longo prazo. Descubra o que é o pé boto, o que o causa, como tratar e o que fazer para prevenir.

O que é pé boto?

O pé boto é uma malformação em que o pé (geralmente de um bebé) nasce virado para dentro e para baixo, fazendo com que pareça torcido ou dobrado de forma anormal. A boa notícia é que, com diagnóstico e tratamento precoces, é possível corrigir a deformidade e atingir uma recuperação funcional completa.

A gravidade do pé boto pode variar, com alguns casos mais leves que podem ser tratados com facilidade, enquanto outros podem exigir intervenções mais intensivas, como cirurgias. A chave para um tratamento eficaz é a deteção precoce e o acompanhamento contínuo por profissionais de saúde especializados.

Quais são as causas do pé boto?

O pé boto pode surgir devido a uma série de fatores, tanto genéticos como ambientais.

Fatores genéticos

Em muitos casos, o pé boto pode ser hereditário, ou seja, se um dos pais ou parentes próximos teve esta condição, há uma probabilidade maior de um bebé também a ter.
Posição intrauterina

Durante a gestação, a posição do bebé no útero pode influenciar o desenvolvimento dos pés. Se o bebé estiver numa posição apertada ou pressionada, pode acabar por desenvolver esta anomalia.
Condições neurológicas

Em alguns casos, o pé boto pode ser causado por condições que afetam os nervos e músculos, como a paralisia cerebral. Nesses casos, o sistema nervoso não consegue controlar corretamente os músculos do pé, o que leva à deformação.
Síndromes genéticas

O pé boto pode ser um sintoma de várias síndromes genéticas, como a síndrome de Down, a síndrome de Edwards ou a síndrome de Patau. Nessas condições, a deformidade do pé pode ser uma de várias anomalias presentes.

Quais são os sintomas do pé boto?

Os sintomas do pé boto são bastante evidentes, desde o nascimento. Os principais sintomas incluem:

Posição anormal do pé
O pé afetado apresenta-se virado para dentro e para baixo e pode ser mais difícil de mover na direção normal. A deformação pode ser mais ou menos pronunciada.

Rigidez
Em alguns casos, os músculos e articulações do pé podem estar rígidos e não responder como esperado. Torna-se difícil movimentar o pé e há desconforto quando se tenta reposicionar.

Limitação de mobilidade
Quando não tratado, o pé boto pode limitar a capacidade da criança de se mover normalmente e afetar a sua capacidade de gatinhar ou andar. Em consequência, a criança pode desenvolver problemas de equilíbrio e coordenação motora.

Diferença de comprimento dos membros
Nos casos mais graves, o pé boto pode afetar o crescimento do pé e apresentar uma diferença de comprimento entre os membros. Geralmente, coexistem problemas de alinhamento e dor nas articulações.

Como é feito o diagnóstico do pé boto?

O diagnóstico do pé boto começa pela observação do pé do bebé, logo após o nascimento. Caso se identifique alguma deformação, o pediatra pode encaminhar para um especialista, como um ortopedista pediátrico, para uma avaliação mais aprofundada. Os principais exames e métodos de diagnóstico incluem:

Exame físico
O médico realiza um exame físico completo para avaliar a gravidade da deformação. O pé é movido em várias direções para ver até onde pode ser corrigido e verificar a presença de rigidez ou dor.

Raio-X
Em alguns casos, o ortopedista pode solicitar um raio-X para observar os ossos do pé e verificar a estrutura óssea, bem como o alinhamento das articulações.

Ecografia
Quando se suspeita de deformações mais complexas ou anomalias associadas a outras condições, pode ser realizada uma ecografia para examinar os músculos e tendões, de forma a obter uma visão mais detalhada do pé.

Em que consiste o tratamento do pé boto?

O tratamento para o pé boto pode incluir uma combinação de métodos para corrigir a deformação. As opções de tratamento mais comuns incluem:

Método de Ponseti

Este é o tratamento mais utilizado para o pé boto, especialmente nos primeiros meses de vida. Consiste numa série de manipulações suaves e aplicação de gesso no pé, de forma progressiva, até que seja reposicionado corretamente.
Fisioterapia

Após o tratamento com gesso, a fisioterapia é fundamental para ajudar a fortalecer os músculos e tendões do pé e para garantir a recuperação total da mobilidade.
Cirurgia

Nos casos mais graves, ou quando o tratamento conservador não tiver sucesso, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica para corrigir a deformação. A cirurgia geralmente é realizada entre os 6 meses e os 2 anos de idade, dependendo da evolução do caso.
Aparelhos ortopédicos

Em alguns casos, o uso de aparelhos ortopédicos, como talas ou ortóteses, pode ser recomendado para garantir que o pé se desenvolva corretamente e para evitar recidivas.

Como prevenir o pé boto?

Não há forma de prevenir o pé boto, já que pode ser provocado por fatores genéticos ou posicionais. No entanto, é possível reduzir o risco em algumas situações.

Acompanhamento pré-natal adequado
É importante que a grávida realize todos os exames pré-natais para monitorizar o desenvolvimento do bebé e identificar possíveis anomalias precocemente.

Diagnóstico precoce
Quanto mais cedo o pé boto for identificado, melhores serão as hipóteses de um tratamento bem-sucedido. Por isso, é fundamental realizar o rastreio do recém-nascido.

Consulta médica regular
Se houver histórico familiar de pé boto ou outras anomalias genéticas, é aconselhável consultar um especialista para avaliar o risco.

FAQs sobre pé boto

Damos de seguida resposta a algumas das dúvidas mais comuns sobre pé boto.

1. Como deve ser acompanhada uma gravidez em caso de pé boto?

Quando o pé boto é identificado durante a gravidez ou logo após o nascimento, é fundamental que o acompanhamento pré-natal seja feito com mais atenção. O médico poderá sugerir exames adicionais, como ecografias para observar o desenvolvimento do bebé, e recomendar consultas mais frequentes com um ortopedista pediátrico, para preparar o tratamento necessário após o nascimento.
2. Quais são os impactos do pé boto no bebé?

Antes do nascimento, o pé boto pode não ser detetado até que seja realizado um exame de rotina ou ecografia. Contudo, o impacto no bebé não é, geralmente, grave, se for tratado precocemente.
3. O pé boto pode influenciar o parto?

Na maioria dos casos, o pé boto não acarreta riscos, quer quanto à idade gestacional, quer ao tipo de parto.
4. Existe o risco de o pé boto se repetir numa gravidez futura?

Sim. Uma vez que o pé boto pode ter uma componente genética, pode repetir-se numa gravidez futura, com uma probabilidade de 3% se apenas um dos pais tiver a condição e de 25% se houver antecedentes de pé boto num dos pais e num filho. Contudo, é importante frisar que esta anomalia é tratável e, com o acompanhamento médico adequado durante a gravidez, o risco de recorrência pode ser minimizado.
5. O pé boto pode ser corrigido sem cirurgia?

Sim, a grande maioria dos casos de pé boto pode ser corrigida sem a necessidade de cirurgia, especialmente se o tratamento for iniciado nos primeiros meses de vida. A manipulação e a utilização de gessos é, habitualmente, suficiente para corrigir a anomalia.
6. O tratamento do pé boto é doloroso para o bebé?

O tratamento do pé boto é realizado de forma gradual e, geralmente, não provoca dor. Embora possa ser desconfortável em alguns momentos, a maioria dos bebés adapta-se bem ao tratamento. A intervenção precoce é a chave para garantir que o bebé não tenha complicações e que a recuperação seja tranquila.
7. Qual é a idade ideal para iniciar o tratamento do pé boto?

Idealmente, o tratamento do pé boto deve ser iniciado o mais cedo possível, preferencialmente nas primeiras semanas de vida, quando os ossos ainda estão em desenvolvimento. Quanto mais cedo for iniciado o tratamento, melhores serão os resultados.
8. O pé boto pode afetar a aprendizagem ou o desenvolvimento motor do bebé?

Se não for tratado, o pé boto pode provocar dificuldades motoras, como problemas de equilíbrio e coordenação, e interferir no desenvolvimento normal da criança. No entanto, com o tratamento adequado, o impacto no desenvolvimento é muito reduzido e a criança pode atingir os marcos de desenvolvimento dentro dos tempos previstos, como gatinhar e andar.

Joaquim Chaves Saúde, diagnóstico e tratamento do pé boto

O pé boto é uma deformidade tratável, especialmente quando diagnosticada precocemente. Na Joaquim Chaves Saúde, poderá contar com uma equipa especializada, pronta para ajudar no diagnóstico e no tratamento adequado para cada caso.

Se suspeitar que o seu filho possa ter pé boto, ou se tiver dúvidas sobre esta anomalia, não hesite em marcar uma consulta. Estamos aqui para garantir que o seu bebé tenha o melhor acompanhamento possível e que o seu desenvolvimento motor ocorra de forma saudável. Marque já a sua consulta.

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Médico
Pedro Jordão
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Ortopedia
Principais áreas de diferenciação
Ortopedia Pediátrica, Deformidades coluna vertebral, Patologia da anca da criança e adolescente, Deformidades musculoesqueléticas congénitas e adquiridas
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Clínica Cirúrgica de Carcavelos
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