Pectus excavatum: o que é, porque acontece e como se trata

Não acarreta risco de vida, mas tem um grande impacto psicológico, principalmente nas crianças e adolescentes. Saiba o que é pectus excavatum e como tratar.

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Pectus excavatum, ou peito escavado, é uma deformidade torácica que afeta cerca de 1 em 500 portugueses, sendo 4 vezes mais frequente nos homens. Muitas vezes, resolve-se espontaneamente, mas também pode ser necessário recorrer à cirurgia. Descubra o que é exatamente, quais as causas e como tratar.

O que é pectus excavatum?

Pectus excavatum, vulgarmente conhecido por peito escavado, ocorre quando as cartilagens das costelas crescem mais do que o esperado e, não tendo por onde se desviar, empurram o esterno para dentro. Como consequência, provocam uma deformidade no peito, que pode ser simétrica ou assimétrica e, ainda, ligeira ou profunda.

Na maior parte dos casos, o pectus excavatum é diagnosticado no nascimento e a evolução pode ser variável. Por um lado, pode resolver-se espontaneamente com o crescimento, mas depois dos 6 anos são raras as melhorias naturais. O pectus excavatum pode comprimir os órgãos torácicos, o que aumenta o risco de infeções respiratórias. Além disso, condiciona negativamente o comportamento dos pacientes, especialmente nos adolescentes. Tendem a sentir-se diminuídos e evitam mostrar o peito, sobretudo na praia, balneários e outros contextos que envolvem maior exposição corporal.

Quais são as principais causas de pectus excavatum?

A causa exata do pectus excavatum é desconhecida, mas é considerada uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Sabe-se que há uma predisposição genética, uma vez que em cerca de 35% dos casos há familiares com a mesma deformidade.

Além disso, pode surgir em associação com outras patologias, como cardiopatia congénita, escoliose ou hérnia diafragmática congénita. Nestas situações, a deformidade torácica faz parte de um conjunto mais amplo de características clínicas. Contudo, o pectus excavatum pode ocorrer sem uma causa evidente.

Quais são os sintomas?

Os sintomas associados ao pectus excavatum podem variar consideravelmente. Nos casos leves, os sintomas podem ser mínimos ou ausentes, enquanto casos mais graves podem até provocar sérias complicações. Os sintomas mais comuns incluem:

1. Configuração corporal

Em termos estéticos, o pectus excavatum manifesta-se como uma depressão no centro do peito. Mesmo quando não provoca problemas funcionais, é fonte de ansiedade para alguns pacientes.

2. Sintomas respiratórios

Os sintomas respiratórios são comuns em algumas pessoas com pectus excavatum. Podem apresentar dificuldade respiratória, especialmente durante atividades físicas, falta de ar e respiração rápida. Nos casos mais graves, podem ocorrer sintomas cardiovasculares, como dor no peito e palpitações cardíacas.

3. Compromisso funcional

O pectus excavatum pode comprometer significativamente as atividades diárias. Alguns pacientes relatam cansaço excessivo durante a prática de exercício físico e reduzida resistência física. Podem também ocorrer perturbações gastrointestinais, como refluxo gastroesofágico e desconforto abdominal associado à compressão dos órgãos.

4. Alterações na postura

É comum que se desenvolvam alterações na postura como uma forma de compensar a deformidade no peito. Por exemplo, é frequente que os pacientes projetem os ombros para a frente para tentar nivelar visualmente a área do peito. É também comum inclinar-se para a frente, sobretudo ao ficar em pé, para reduzir a visibilidade da depressão no peito. Além disso, podem também fazer a rotação do quadril, para compensar a assimetria criada pela deformidade torácica.

Todas estas alterações posturais podem não ser conscientes e, geralmente, provocam desconforto musculoesquelético. São frequentes dores nas costas ou no pescoço, devido ao esforço automático e contínuo para manter uma postura compensatória.

Como é feito o diagnóstico de pectus excavatum?

O diagnóstico de pectus excavatum pode ser feito pelo neonatalogista após o nascimento, ou pelo pediatra ou ortopedista ao longo da vida. Inicialmente, é feito pela observação direta do peito. O médico avaliará a presença de sintomas como dificuldade respiratória, dor no peito ou alterações na postura.

Além disso, pode ser necessário fazer exames de imagem para observar detalhadamente a estrutura óssea do peito, confirmar o diagnóstico e avaliar a extensão da deformidade. É, também, importante efetuar uma avaliação cardiológica para fazer o despiste de eventuais anomalias associadas.

Em que consiste o tratamento?

O tratamento do pectus excavatum pode variar dependendo da gravidade dos sintomas, da idade do paciente e de outros fatores individuais. Dado que é uma doença benigna, pode até não ser preciso tratamento, especialmente se não estiver a provocar sintomas significativos. Contudo, quando os fatores estéticos ou funcionais são mais pronunciados, a intervenção médica pode ser necessária. As opções de tratamento mais comuns incluem:

1. Fisioterapia e exercícios 

Exercícios específicos e fisioterapia podem ser recomendados para melhorar a postura, a função respiratória e a força muscular. Estas abordagens terapêuticas podem ser especialmente úteis nos casos mais leves.

2. Ortóteses e dispositivos de compressão

Em alguns casos, dispositivos como coletes ou ortóteses podem ser prescritos para tentar reconfigurar a parede torácica. No entanto, a eficácia destes métodos é variável e depende da idade do paciente e da gravidade da deformidade.

3. Ventosa de sucção

A ventosa de sucção (vacuum bell) é um dispositivo não cirúrgico que integra o tratamento conservador do pectus excavatum, principalmente em crianças. Trata-se de um copo de silicone que é colocado sobre a depressão no peito e cria um vácuo quando é ligado a um sistema de sucção. O objetivo é aplicar uma pressão negativa no local, levantando gradualmente o esterno e reconfigurando a parede torácica ao longo do tempo. Normalmente, esta abordagem passa também pela combinação com um plano de exercício físico.

4. Cirurgia

Nos casos mais graves e quando a doença é especialmente incapacitante, a correção cirúrgica pode ser considerada. O procedimento mais comum é a cirurgia de Nuss, uma técnica minimamente invasiva que envolve a inserção de barras metálicas sob o esterno para reconfigurar a parede torácica. O médico também poderá aconselhar outras abordagens cirúrgicas, como a remoção da cartilagem que une as costelas ao osso esterno e realinhamento dos ossos.

Como prevenir?

Dado que não são conhecidas as causas de pectus excavatum, não há medidas específicas de prevenção para evitar o desenvolvimento desta deformidade.

Contudo, é importante adotar algumas práticas gerais que promovem a saúde do sistema musculoesquelético e do desenvolvimento físico em geral.

  • Receber cuidados pré-natais adequados durante a gravidez.
  • Manter uma boa postura ao longo da vida.
  • Praticar exercício físico regularmente.
  • Manter a vigilância médica em dia.

 

Outras deformidades torácicas: pectus carinatum ou peito de pombo

Para além de pectus excavatum, existe outra deformidade torácica denominada pectus carinatum (ou peito de pombo). Neste caso, o esterno é projetado para fora, ao contrário do que acontece com o pectus excavatum, que é côncavo. A parte central do peito parece mais elevada do que o normal, fazendo lembrar o peito de uma ave.

Esta deformidade também se desenvolve durante a infância e a adolescência, quando as cartilagens junto ao esterno crescem excessivamente, provocando a projeção para a frente. No caso de crianças e adolescentes, pode ser suficiente usar uma cinta específica na parede torácica, cuja pressão faz regredir a  saliência. Nos quadros mais graves, pode ser necessário efetuar um procedimento cirúrgico para corrigir a área saliente do peito. Em qualquer dos casos, o tratamento é eficaz e definitivo.

Joaquim Chaves Saúde, tratamento de primeira linha para pectus excavatum

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