A dor provocada pela pedra nos rins chama-se cólica renal é uma das mais intensas que o ser humano pode experimentar. Descubra por que acontece e como evitar.
Em Portugal, 8 a 10% da população terá, pelo menos, um episódio de cólica renal provocada por pedra nos rins durante a sua vida. É uma situação clínica que origina uma dor incapacitante e tem a agravante de não existir uma posição de alívio. Conheça as causas e os sintomas e descubra o que fazer para a evitar.
O que é a pedra nos rins?
A pedra nos rins (ou cálculo renal) é uma massa dura, semelhante a um cristal, que se forma nos rins. Resulta da agregação de minerais e sais presentes na urina e vai crescendo com o tempo, podendo variar entre o tamanho de um grão de areia e uma bola de golfe.
Também se podem formar pedras (cálculos) na bexiga, mas estes são causados por obstrução da bexiga ou por défice de contração da própria bexiga.
Esta é uma das patologias mais frequentes do aparelho urinário, conhecida principalmente pelas dores incapacitantes que provoca. A cólica renal é muitas vezes descrita como mais intensa que a dor do parto, de uma fratura óssea, de ferimentos por arma de fogo ou queimaduras.
O episódio de maior dor ocorre quando a pedra passa pelo ureter, um canal fino e sensível que liga o rim à bexiga, motivo que, normalmente, constitui uma urgência clínica. Além disso, podem também causar infeções urinárias graves ou alteração da função renal a longo prazo.
O que causa a formação de pedra nos rins?
Nem sempre é possível identificar a causa do problema, mas existem alguns fatores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolver esta patologia. Considerando que a formação de pedra nos rins decorre de uma maior concentração de toxinas na urina, podemos elencar algumas das principais razões para este quadro:
- Baixo consumo de líquidos no dia a dia;
- Alimentação rica em proteína, sal, açúcar e ácido úrico;
- Aumento da excreção urinária de cálcio, provocada pela ingestão desequilibrada deste constituinte;
- Consumo de muitos alimentos processados;
- Obesidade e sedentarismo;
- Fatores ambientais, como o clima quente
- História familiar de cálculo renal;
- Doenças metabólicas, hormonais e intestinais inflamatórias;
- Infeções urinárias recorrentes;
- Baixo débito urinário;
- Baixa concentração de citrato ou magnésio na urina.
Conhecer os principais fatores de risco é importante para saber o que deve evitar e o que deve adotar, de forma a não favorecer o desenvolvimento de pedra nos rins. O melhor tratamento é o que começa preventivamente, pela mão do paciente.
Quais são os principais sintomas de pedra nos rins?
A pedra nos rins nem sempre é sintomática. Por exemplo, quando está alojada nos rins, pode não provocar sintomas. Os primeiros sinais de alarme surgem quando a pedra é muito grande ou quando começa a deslocar-se ao longo do aparelho urinário.
Destacamos os principais:
- Dor súbita e de grande intensidade, que pode limitar os movimentos, geralmente perto da região do flanco ou lombar. A dor pode, inclusivamente, irradiar para o abdómen ou para outras zonas, como a virilha ou a região púbica;
- Vontade frequente de urinar;
- Dificuldade em urinar, quando a uretra se encontra obstruída;
- Diminuição do débito urinário
- Dor ao urinar;
- Urina turva e, em alguns casos, com sangue;
- Febre acima dos 38 ºC;
- Náuseas e vómitos.
Na presença de sinais e sintomas de pedra nos rins, é importante consultar o seu médico Urologista para dar início ao tratamento o mais rapidamente possível, de forma a evitar complicações clínicas graves.
Como prevenir a formação de pedra nos rins
A prevenção é o primeiro passo para evitar o desenvolvimento de qualquer patologia e a formação de pedra nos rins não é exceção. Estes são alguns dos hábitos a adotar.
1. Aumente a ingestão de líquidos
Consuma cerca de 2 litros de água por dia para evitar uma urina mais concentrada e promover uma diminuição da concentração dos iões com potencial litogénico na urina. Quanto mais clara for a urina, melhor.
2. Reduza o consumo de sal, açúcar e álcool
O consumo destes elementos encontra-se associado a um maior risco de desenvolver pedra nos rins. Assim, evite sal refinado, alimentos processados, aperitivos salgados e enchidos. Prefira ervas aromáticas para temperar os alimentos.
3. Controle o consumo de proteína animal
Uma dieta hiperproteica pode sobrecarregar o funcionamento dos rins, pois aumenta a acidez da urina. Consulte um nutricionista para saber a quantidade ideal de proteínas que o seu plano alimentar deve conter.
4. Não subestime a doença
Uma crise de pedra nos rins pode durar entre 1 a 2 horas, podendo, em casos extremos, chegar até 4 horas seguidas de dor intensa. Apenas com medicação específica é possível diminuir a dor. Em casos ainda mais graves, pode ser necessário efetuar uma cirurgia. Por isso, não deixe que a doença evolua e procure ajuda profissional.
Qual é o tratamento para a pedra nos rins?
Antes de efetuar qualquer tipo de tratamento, deve ser feita uma avaliação detalhada e precisa, de forma a excluir outras condições com sintomas partilhados. Além disso, o tratamento a seguir dependerá de algumas informações, como a localização e a dimensão do cálculo renal, sendo por isso necessário realizar alguns exames complementares.
Quando a pedra é pequena e a dor é tolerável, podem ser utilizados alguns medicamentos para o alívio do paciente e para facilitar a eliminação natural do cálculo. Contudo, quando se trata de pedras de maior dimensão e quando a dor é intensa, pode ser necessário recorrer a uma intervenção cirúrgica, minimamente invasiva.
Se o cálculo renal for devidamente tratado, raramente provocará danos permanentes no rim. Contudo, esta doença tem tendência para voltar e, por isso, deve apostar na prevenção da formação de novas pedras e consultar regularmente o seu médico Urologista.
Pedra nos rins: alguns mitos que é urgente esclarecer
Pela alta prevalência na população portuguesa e pela intensidade dos sintomas, a partilha de experiências torna-se muito frequente, o que pode levar à criação de alguns mitos. Como em qualquer outra patologia, ter o máximo de informação confiável é uma das chaves para lidar de forma adequada com o problema.
Mito 1: As pedras nos rins são raras
Na verdade, as pedras nos rins manifestam-se com muita frequência. Atingem cerca de 800 mil portugueses, podendo ocorrer até mesmo durante a infância. No âmbito das doenças urológicas mais prevalentes, apenas é ultrapassada pelas doenças da próstata e as infeciosas do trato urinário.
Mito 2: As pedras nos rins são todas iguais
Os cristais que formam as pedras nos rins podem apresentar algumas variações, sobretudo na dimensão, na tonalidade e na textura, de acordo com os elementos que as constituem. Podem ter cor amarelada ou preta, com superfície lisa, irregular ou espiculada – e estas diferenças refletem-se principalmente ao nível da intensidade da dor.
Mito 3: Se eu não tiver dor, não tenho pedra nos rins
Os cálculos renais são, em muitos casos, assintomáticos. Podem passar despercebidos, especialmente se forem pequenos, se não se deslocarem ou se não interferirem com a passagem da urina pelo aparelho urinário. Por isso, o facto de não sentir dor não invalida que tenha os mesmos cuidados preventivos no seu dia a dia, quer para evitar a formação da pedra nos rins, quer para fazer regredir ou retardar um eventual quadro já instalado.
Mito 4: Todos as pedras nos rins exigem tratamento
Nem todas as pedras nos rins exigem igual tratamento médico. Os cálculos, pela sua reduzida dimensão, pela sua composição e/ou pela posição que ocupam no interior dos rins, podem ser naturalmente expelidos para o exterior com a urina ou com o auxílio de medicação. Devem ainda assim ser vigiados e monitorizados, de forma a ser possível acompanhar a evolução das suas características.
É importante destacar que, na ausência de tratamento nos casos em que este é necessário, dispensar a terapêutica pode conduzir a infeção renal com formação de pus no aparelho urinário, obstrução grave do rim com perda da sua função e mesmo sépsis (resposta inflamatória exagerada que pode levar à falência dos órgãos).
Mito 5: As pedras nos rins não voltam depois de serem tratadas
Esta é uma condição crónica, o que significa que a partir do momento em que se forma a primeira pedra renal, outras podem desenvolver-se ao longo da vida. Mesmo depois de ter sido realizada uma terapêutica bem-sucedida, e de todos os cálculos prévios terem sido eliminados, deve manter uma rotina de acompanhamento regular com o seu médico Urologista . Exames de controlo anuais, como a ecografia, são fundamentais para controlar a doença e evitar complicações clínicas graves.
Mito 6: Nem sempre é preciso pedir ajuda perante um caso de pedra nos rins
Este é um dos mitos que mais importa esclarecer, uma vez que está na base do protelamento da consulta e na evolução de consequências clínicas evitáveis. Sempre que detete alguns dos sintomas referidos anteriormente, deve pedir ajuda médica. É a única forma de fazer um correto diagnóstico, definir uma estratégia terapêutica adequada ao seu caso e adotar medidas de prevenção adaptadas ao seu estilo de vida. Além disso, os sintomas referidos são partilhados por outras patologias, pelo que é necessária uma consulta da especialidade para descartar outras condições, como apendicite, diverticulite, lombalgia muscular, pielonefrite, enfarte renal ou oclusão intestinal.
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