A Cirurgia Pediátrica é definida como a especialidade cirúrgica dedicada ao diagnóstico, tratamento cirúrgico e pós-operatório de crianças portadoras de doenças congénitas ou adquiridas, sejam elas do desenvolvimento, inflamatórias, neoplásicas ou traumáticas.
O objetivo desta especialidade concentra-se nos problemas cirúrgicos in utero, na infância, na adolescência e, às vezes, na idade jovem adulta. Isto porque certos diagnósticos requerem envolvimento prolongado do cirurgião pediátrico, durante a idade adulta, à medida que o paciente faz a transição para cirurgiões e médicos de adultos.
Para o seu exercício, torna-se necessário um treino especializado e uma avaliação para obtenção do título de especialista em Cirurgia Pediátrica, outorgado pela Ordem dos Médicos. No seu processo de formação, inclui-se um conhecimento aprofundado do crescimento e desenvolvimento da criança, bem como das especificidades da sua fisiologia e comportamento, nunca descurando a família em que a criança se integra.
No âmbito da Cirurgia Pediátrica inclui-se a orientação pré-natal (de anomalias diagnosticadas in utero), a patologia cervical, torácica e abdominal - tendo deixado de integrar a patologia do foro ortopédico, neurocirúrgico ou cardíaco. As patologias do aparelho digestivo e urinário constituem o principal campo de exercício desta especialidade. São exemplos disso as hérnias e hidrocelos, a obstipação, a dor abdominal em todas as suas formas, a patologia do cólon e recto e outras mais específicas. As componentes urológica e urogenital constituem cerca de metade da patologia corrente e entre elas destacam-se a fimose e outras patologias como a hipospádias, o testículo não descido e toda a patologia renal e da bexiga, que frequentemente afeta as crianças. Outras malformações mais complexas são passíveis de resolução atempada, normalmente após abordagens multidisciplinares, em que o cirurgião intervém sempre.