Psicologia Clínica

É uma intervenção estruturada, baseada em modelos validados, onde se pode incluir a intervenção psicoterapêutica. As terapias cognitivo-comportamentais, psicanalítica e integrativas são exemplo de modelos psicoterapêuticos utilizados nesta consulta. Os vários tipos de psicoterapia têm em comum a relação com o terapeuta, através da qual se trabalha para melhorar o autoconhecimento, identificar e corrigir padrões de pensamento disfuncionais, padrões de relacionamento ou comportamentais, que sejam causadores de doença ou sofrimento. Na JCS temos psicólogos com experiência em intervenção em várias áreas:

• Criança – neste caso, para além de os sintomas serem específicos, a necessidade de intervenção é também diferenciada. Inclui jogos, avaliação da relação, interação com os pais e familiares.
• Idoso- a psicologia do idoso é uma área diferenciada, que inclui várias valências. As dificuldades mnésicas, no raciocínio e, muitas vezes, o isolamento, necessitam de uma intervenção diferenciada. A Psicologia que acompanha o idoso é, também, responsável pela partilha de informação, esclarecimento e desenvolvimento de técnicas para os cuidadores, reduzindo assim o seu risco de burnout/exaustão.
• Familiares de pessoas com problemas de saúde mental – a informação sobre doença e tratamento, assim como diversas estratégias para lidar com a doença, são algumas das intervenções mais eficazes para garantir que os familiares têm o apoio necessário, por forma a reduzir a sua possível exaustão. Os familiares/cuidadores são peças fundamentais no tratamento dos doentes, pois podem ter um papel importante na adesão do doente ao seu tratamento. Esta é uma das intervenções subvalorizadas na área da saúde mental, mas é de extrema importância.
• Perturbações de ansiedade, depressão e burnout – estas patologias necessitam de intervenções estruturadas, geralmente de base cognitiva-comportamental, para a melhoria, recuperação e crescimento pessoal, podendo estar associadas ao tratamento psicofarmacológico.
• Perturbação de hiperatividade e défice de atenção (PHDA) – sendo uma perturbação complexa, com forte componente no desempenho, mas também com frequentes comorbilidades (ansiedade, depressão, abuso de substâncias), necessita de uma intervenção diferenciada.
• Perturbação Obsessiva-compulsiva (POC) – devido aos pensamentos intrusivos, indesejados e desagradáveis, muitas vezes, associada a comportamentos executados com o objetivo de aliviar a ansiedade causada por eles, é um dos muitos campos de intervenção da Psicologia/Psicoterapia e necessita de técnicas e intervenções adaptadas.
• Perturbações psicóticas – estas são muito heterogéneas e correspondem a várias patologias diferentes. Caracterizam-se por uma perda de contacto com a realidade, seja através das alterações da perceção (alucinações), seja através do pensamento-ideias delirantes. Necessitam de uma capacidade de intervenção especializada, no diagnóstico e na terapêutica.

É feita por psicólogo com formação específica e permite fazer a avaliação precisa de várias funções, como a memória, atenção, funcionamento global, inteligência. É fundamental para o esclarecimento do diagnóstico, avaliação de demências e outras alterações cognitivas. É também de extrema importância para objetivar alterações para avaliações médico-legais ou juntas médicas.

De acordo com a avaliação neuropsicológica, é possível identificar precocemente défices cognitivos e fazer estimulação, através de técnicas validadas. Desta forma, é possível atrasar a evolução da doença e, inclusivamente, fazer recuperação funcional.

É uma das intervenções realizadas na consulta de psicologia/psicoterapia e tem como objetivo fornecer conhecimento sobre a doença e os seus tratamentos, assim como os melhores métodos para chegar aos resultados desejados. Destina-se a portadores de doenças e a familiares ou cuidadores.

Os casos de doença psiquiátrica são, muitas vezes, complexos, necessitando de múltiplas intervenções coordenadas, surgindo a necessidade de uma estreita colaboração e intervenção entre a Psiquiatria e a Psicologia, através de uma consulta conjunta. Nestas consultas, a primeira avaliação do paciente é feita em simultâneo por um psiquiatra e um psicólogo, permitindo uma avaliação mais aprofundada, incluindo a perspetiva da Psicologia e Psiquiatria, com discussão do plano de tratamento e respetivo seguimento. Estas consultas destinam-se a efetuar a primeira avaliação, pelo que as seguintes são individuais com o psiquiatra e com o psicólogo, de forma flexível e adaptada a cada caso.

30% das depressões mantêm sintomas, apesar do tratamento. Estes casos correspondem frequentemente a situações de falta de energia, dificuldade em gerir a irritabilidade, falta de paciência, incapacidade de sentir prazer ou gostar de atividades do dia a dia. Normalmente, a resposta para os problemas passa por intervenções integradas, que podem ser estratégias psicofarmacológicas com ajustes de doses ou associação a técnicas de estimulação magnética ou eletroconvulsivoterapia, associadas a intervenção psicológica, como a identificação e hábitos e estilos de vida nocivos, estratégias para aumento de resiliência e gestão de stress, desconstrução de esquemas de pensamento negativos e autodestrutivos. Nesta consulta, é feita uma avaliação de todos os tratamentos já efetuados e identificação das necessidades de intervenção.

A perturbação de hiperatividade e défice de atenção do adulto tem características específicas, passando, muitas vezes, despercebida. Apresenta, com muita frequência, sintomas depressivos, ansiedade ou burnout, que podem mascarar o diagnóstico ou impedir uma melhoria eficaz. Para um tratamento adequado, é fundamental perceber a pessoa, alterações de humor ao longo da vida, hábitos e dependências (seja de substâncias ou comportamentais). São também avaliadas as dificuldades na execução de tarefas e relacionamento com outras pessoas para traçar o plano terapêutico adequado.

Esta perturbação vive muitas vezes escondida, levando a grande impacto na qualidade de vida de quem dela padece. Na avaliação conjunta, é possível fazer uma avaliação psiquiátrica dos sintomas e tratamentos disponíveis e da avaliação psicológica, analisando o grau de disfunção causado, os pensamentos intrusivos e suas implicações. É possível fazer um plano de tratamento conjunto, utilizando todos os meios com eficácia reconhecida nesta patologia. Seja a medicação que habitualmente necessita de dosagens elevadas (auxiliada por testes laboratoriais, para monitorização de concentração), seja a estimulação magnética transcraniana (TMS), que mostrou grande eficácia nestes casos. A intervenção psicológica conjunta é uma forma de garantir a máxima eficácia do tratamento em pessoas com TOC.

O período da gravidez e pós-parto é, para a mulher, uma fase de grandes mudanças a nível do organismo, que incluem também grandes variações hormonais. É, ainda, uma mudança importante no núcleo familiar e que coloca grandes desafios na relação do casal e mesmo na relação com os restantes familiares. A depressão pós-parto é a patologia mais conhecida e necessita de identificação e tratamento adequados e em tempo útil. No entanto, existem outras patologias como a depressão e ansiedade durante a gravidez, que são muito frequentes, ou outras patologias pré-existentes, como a doença afetiva bipolar ou esquizofrenia, que necessitam de tratamento adequado, que proteja mãe e o bebé. Na consulta conjunta, estas questões são avaliadas, sendo identificadas as necessidades da família para um futuro mais saudável.

Nesta fase de vida, as alterações de memória e do comportamento associado à idade são extremamente frequentes. Estas alterações cognitivas e do comportamento colocam desafios particulares ao diagnóstico e ao tratamento. A consulta conjunta tem como objetivo avaliar as alterações subjacentes, que possam estar a interferir com as capacidades mentais. Assim, na JCS, temos disponíveis todas as análises laboratoriais essenciais para um diagnóstico diferencial, assim como os meios de imagem essenciais (TAC e ressonância magnética de última geração). A avaliação psicológica permite avaliar o impacto dos défices orientando, se necessário, para uma avaliação neuropsicológica. É também neste âmbito que é feita a identificação de necessidades e o plano de psicoeducação dos cuidadores, para desenvolvimento de técnicas e recursos psicológicos, que permitam ultrapassar as dificuldades trazidas pela doença do seu familiar/amigo.

O surgimento de sintomas psicóticos é fonte de grande preocupação e sofrimento para o doente e seus familiares. Os sintomas psicóticos podem ser causados por diversas doenças do cérebro e de outros órgãos, pelo que uma avaliação completa e pormenorizada é fundamental. Esta avaliação é feita através de um conjunto de análises laboratoriais e sofisticados exames de imagem. Nesta consulta conjunta, é avaliado e sugerido o tratamento mais eficaz, sendo, ainda, identificadas as pessoas mais próximas que são a “rede de suporte”, de modo a fazer o plano de intervenção, assim como a informação necessária para a compreensão da doença, assim como as diferentes formas de lidar com ela.